Biblioteca Municipal Joaquim A. Pires de Lima, de Santo Tirso, com mais de 70 mil utentes por ano. |
terça-feira, agosto 29, 2006 |
"À entrada da Biblioteca Municipal Joaquim A. Pires de Lima, de Santo Tirso, há um objecto que monopoliza imediatamente o olhar o Livro do Desassossego assinado pelo semi-heterónimo Bernardo Soares, ou seja, Fernando Pessoa. Um livro-escultura de madeira, sobredimensionado, onde as páginas se movem como teclas de piano. A obra, da autoria do artista argentino Jack Vanarsky, é apenas uma amostra das mais de meia centena de modelos escultóricos que existem espalhados pela cidade no âmbito da Bienal Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, realizada no concelho desde 1991. Há obras de Alberto Carneiro - o mentor do Museu de Escultura Contemporânea, criado há dez anos -, de Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Ângelo de Sousa ou Fernanda Fragateiro. O livro maior de Pessoa é a única peça compreensivelmente depositada num espaço interior. No recinto exterior da biblioteca, o olhar detém-se num cenário menos sublime o edifício inaugurado há quase seis anos com um projecto dos arquitectos bracarenses Pedro Mendo e Maria Manuela Oliveira, que recorreram à característica pedra de xisto da região para o conceber, está completamente mascarado com grafitis. Ainda que seja por "pouco tempo", assegura Maria do Céu Duarte, directora do equipamento. "O edifício vai sofrer uma intervenção para apagar esses sinais de vandalização".
A depredação de que as paredes têm sido alvo explicar-se-á pela sua localização, na Quinta de Geão. "Quando este terreno foi expropriado, a ideia era reabilitar a biblioteca - não havia condições de crescimento no antigo edifício -, e inaugurar aqui uma série de urbanizações, o que só agora começa a acontecer. O espaço, relativamente deserto, proporcionou os estragos".
O interior, dois pisos com 40 mil volumes, permanece intacto e apelativo. Por ano, a biblioteca recebe mais de 70 mil visitas. Em Agosto, no entanto, quase não tem movimento. "A grande maioria dos nossos utilizadores são estudantes e professores, apesar de também haver reformados assíduos que vêm cá ler os jornais diários e curiosos que vêm pesquisar a história do concelho", explica a responsável. Durante o ano lectivo, e devido à programação do equipamento, há também muitas crianças, divididas entre o ateliê de pintura - um recinto livre "onde tudo é possível" -, a sala infanto-juvenil - um espaço que, além de livros e vídeos, possui alguns brinquedos didácticos -, e a sala de conto. Uma sala que é uma espécie de auditório azul em miniatura e em forma de cone. "Os miúdos entre o Pré-escolar e o Primeiro Ciclo chamam-lhe chapéu de palhaço ou chaminé. Tem tanto sucesso que até os mais velhos querem vir para aqui". Querem ir, mas habitualmente ocupam o auditório maior de 104 lugares, a sala de formação, a sala multimédia com dez terminais de acesso à Internet ou a sala de leitura. Os livros mais valiosos estão guardados numa sala de acesso controlado. Na biblioteca, tudo é cedido gratuitamente. As fotocópias são a única excepção.
Fonte do Texto - Jornal de Notícias - 29-08-006
Etiquetas: Acervo Documental, Equipamento Instalações e Mobiliário, Serviços de Biblioteca |
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